sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Meu elixir



Quando a tomas, o poder aquece,
o sangue ferve e a mente cresce.

É algum elixir arcaico que rastros de delírio deixa-nos,
manchando os passos que acabamos de conquistar.

Quando a tomas, o sangue ferve,
ímpeto te curvas a seus favores.

Eu a tomei, mas a soube tomar.
Tu não soubestes tomá-la.

Eu sei que é desesperador,
mas ela nos revela o poder que temos.

Tomo-la como se fosse unica,
como se fosse a minha salvação,
que de fato me convence que é.

É algo tão puro, desejável de bons modos.
É algo que mata a sede,
algo que fortifica.

Posso não significar nada,
aliás, sou apenas mais um ser,
mais uma alma que deixa-se ludibriar pelo seu fogo.

Ratifico que mesmo tomando-te as pressas,
sei que tenho um pouco de ti,
esse pouco que ao tomá-lo
me transforma no pássaro que sempre sonhei ser.

domingo, 24 de outubro de 2010

Fácil





Sabe querida, as coisas não funcionam assim tão fácil quanto pensas. 
A situação não é assim como pensas que é. 
Não temos essa garantia toda a qual pões fé. 

Não se machuque. 

Não grite. 

Não se apavore. 

Tudo isso é futilidade, é tudo muito mais simples daquilo a que pensas, 
pode ser tudo muito mais fácil, é questão de ciência. 

Existem águas a serem exploradas, e o que nos impede é justamente o comodismo, 
ou a simples imposição da sociedade, onde eles escolhem o que é certo e errado. 


Posso eu estar errado? 
Estarei eu sendo anarquista? 
Mas quem diz que isso é errôneo?

Somos limitados, somos julgados, somos queimados vivos. 

Me diga se não é trabalho de vagabundo passar a vida inteira olhando coisas e determinando se são mesmo lícitas. 


Resolvi criar um próprio mundo, lá onde nascemos e morremos nús. 
É um lugar de paz, fazes o que queres, julgue-se se estais errado. 
Um lugar de amores possíveis, fáceis, simples, e sem o martírio que o próprio causou. 


Estamos todos criando um novo conceito, 
assim como posso criar uma música com compassos e harmonia que não condizem com aquela que "há de ser", 
posso criar-te poemas, mas não serão metrificados, e, nem por isso é que eles serão menos belos. 


Não somos desiguais, fora do padrão, anarquistas. 
Gostamos de variedades, e estamos fartos dessas imposições. 


Já não existe o martírio do sub-consciente, 
este, 
que te mostra o que fizestes e te julga, 
torturando sua mente fazendo-te lembrar daquilo que te causa vergonha.   


Quem és para julgar-me? 


Aceite sua vida mais pura, e acompanhe-nos a este novo mundo chamado Libertação. 






terça-feira, 19 de outubro de 2010

Meu sótão


Ouço;

São piores que da última vez, não me fazem caso, 
nunca se rendem. 
Parece que gostam de me fazer mal. 

Conheço forças, 
eu já possuí forças, 
mas força alguma se compara a esta presente agora. 

Sinto;

Eu tenho certeza de que tudo aqui está fechado, 
Conferi antes de me deitar, 
tinha certeza. 

Mas, ainda não consigo me conformar, 
A brisa que sinto não vem de minha respiração, 
essa eu conheço bem, 
é muito mais fria e forte. 

Em minha nuca, no meu rosto, 
ouvidos. 

É forte em instantes, 
e tento me convencer de que são os insetos que me acompanham as vezes. 
Não são, pois, 
nesta noite nem eles se atrevem a vir me ver. 

Tu me dissestes,
 me prometestes que estaria bem, 
dissestes que não passa de uma psicose. 
Que eles não existem;

Como eu queria lhe crer. 

Agora aqui, imobilizada, 
sussurrando piedade, 
com o aquilo que bate forte, 
quase por fugir. 

Pálida, devo me confundir com o mórbido das colchas, 
mas eles não me confundem, 
sentem que ainda estou ali, 
escondida em uma cúpula indiferente para os seus olhos. 

E você, 
onde anda quando eu mais preciso?
Aos prantos tento pensar em outra coisa, 
enquanto eles invadem minha mente, 
me imobilizam, 
e levemente, 
com uma delicadeza que não corresponde ao monstro que é, 
brincam comigo. 

Se fossem rápidos, 
se fossem explícitos, 
mas não. 

Tento acordar algo que me ilumine, 
mas infelizmente as luzes sempre são as mais difíceis de alcançar. 
Ou a minha vida, ou a luz.


Eles se burlam enquanto eu decifro onde é que eles estão, 
E dando suspiros na imensidão daquele breu é que eles sorriem pra mim. 
Satisfeitos. 

Quando eu não aguento mais tanta tortura, 
eles se encaixam nas paredes para me vigiar. 

Sono, 
madrugada perdida, 
cansaço. 

E volto aos sonhos vazios, 
onde predomina sempre o triste rubro. 
Não consigo me manifestar em ele, 
e quando penso que posso ali me perder, 
sinto que me acordam com muitos empurrões, 

gritos! 
medo!
sufoco!


Escuridão novamente. 

E esta inquietude assim se prolifera até que os míseros e tão demorados raios de sol venham para acalmar meu sótão da tortura. 







quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O cinza


És crú, 
feito de carne que eu nunca como. 

És sólido, 
palpável e inatingível. 

Belo prado possuis e nenhum animal inanimado feito eu tem permissão de pastar;

Pareces uma coisa, 
mas és outra. 

És outra cor, 
enquanto eu permaneço no cinza. 

És belo, 
E boniteza nenhuma me pertenceu. 

Guardo de ti o instante mais profundo,
que de mais importante se manifestou. 

Guardas de mim apenas o cinza, 
que foi o único que de mim sobrou. 



terça-feira, 12 de outubro de 2010

Desabafo


Triste saber que na ausência da luz a escuridão prevalece. 
Tão triste quanto acreditar que não há dualidade, 
mas é mentira. 

Ela sempre disse muito "não". 

Ela sempre se fez de muita negatividade, 
ou era o que ela queria.

Tão triste e anormal que dava pena, 
porém, isso só ocorria quando ela se via presa dentro do mundo que a fizera. 

Diziam por aí que ela visitara criaturas com frequência, e que neles se transformava. 
Ela era como parte deles, sempre pertenceu alí. 

Mas como? 
Como pode ela deixar toda a sua raíz para ir brincar de fantasma onde ela nunca pertenceu?

Não parece justo, mas é fato. 

Eu a vi já uma vez, mas a muito tempo. 
Logo no início de sua loucura. 

Dava realmente, muita pena. 

Eles diziam que ela era um tipo de boneca que se movia igual á eles, 
mas ela afirmara uma vez, que os alienados somos nós. 

Disse que não vemos mais além do que nos é imposto, 


Afirmou ter hesitado antes de seguí-los, 
foi confiante, disse ter conquistado-os, 
cativado-os, assim como eles a cativaram e cuidaram. 

Me contou de suas façanhas, 
aquilo, confesso, me brilhava nos olhos. 
Mesmo que ela parecera uma espécie de animal nunca antes visto, 
eu senti ternura ao encará-la. 

Tudo aquilo parecia o céu, 
ela era simples e perfeita, para mim. 

Os loucos eram lindos. 

Porém, aquilo não era nada lícito. 
Era mesmo um paraíso, um pecado. 

Eu lhe disse que não a deixaria continuar assim, 
Me sentí ofendido quando me disse que eu teria que ir também. 

Disse-me muitas proezas, e tentou me seduzir. 

Eu juro, 
não foi minha intenção,
não foi por querer, 
só fiz o que havia de ser feito. 

E ninguém nunca mais reclamou da criatura, nunca mais.

sábado, 9 de outubro de 2010

arma






Sei que prefiro morrer.

Prefiro arder em chamas.


Sei que é menos doloroso.
Já não inventaram algo tão malévolo.
É uma dor interna, que não consome, não destrói.

É uma dor infinita que não mata,
só aumenta o desgosto e a vontade não mais existir,
mesmo que, a sua arma seja manter-te vivo.

Ah, como eu prefiro morrer.

É como ser esfaqueado,
mas não por inteiro,
o que o deixaria horas e horas sangrando,
sufocando, gemendo de dor até a morte,
que, neste caso, não chega.

Se é preciso,
se é necessário,

se há de passar por toda esta ação errante,
maldigo-lhe eternamente,
e me sacrifico antes,
a ter de amar novamente.

Ana


Por instinto tenho passado meu tempo sem outra preocupação a não ser me fartar de alguém. 
Meu organismo já preparado para tais situações não se importa se é o meu cérebro que não se internou totalmente em essa ideia. 

Instinto;
Carnal; 
Saturação;
Pacificidade.

Não fui criado para suportar, 
nunca consegui fazer com que me prendam facilmente, 
mesmo que eu queira no momento pré-carnal. 

O que eu tenho feito não desejaria. 
Utilizar esses seres, nunca me disseram que era lícito. 

E por não sugar-lhes o que me era adequado, ou por mera pena, 
venho hoje eu contar-lhes minhas mágoas. 

"Olhe bem para quem te fala, 
e não o cales sem ouvir que te diz. 

No decorrer de meus dotes, 
vi uma criatura mística, 
tão estranha e cálida que não me lembro onde estive.
Tinha um alto radiar de vibrações insanas, tímidas e sábias. 

Nela eu vi mais uma vítima de meus truques, 
tão fácil de iludir. 
Como tantas que já marquei. 

Não sinto orgulho. 
Fato. 

Mas ela era linda. 

Conquistou-me, incluso, 
coisa que nunca ocorrera. 

Chega!

Não penso me render, mas desta vez o que eu menos queria para meu ego e orgulho era ter que ceder. 
E foi o que me fizestes fazer, mizerável. 
Sofro ao ver que meus dotes me levaram ao meu veneno, e podre no túmulo hoje eu pago por ela. 

Ana, Ana, não se sinta culpada. Eras tu a que vingaria esse temor de teus ancestrais. 

Grandiosa eres, e corres por viver, mesmo que de mim você jamais irá se esconder."



domingo, 3 de outubro de 2010

Conceito






Céus, o que há de errado neste sentimento abstrato?


Nunca me julguei sábio, porém sei que existem definições absurdas para pequenos momentos, que em nossa natureza como seres, não seriam tão restritas.


Céus, mandem já parar essa mente projetada que sem pena comanda todo aquele que se diz anarquista.


Onde anda a nossa capacidade de pensar?
Onde anda a nossa vida?
Onde estão os direitos?


Mas quais direitos?


Céus, mandem eles pararem.


Diga-lhes que um sentimento pode ser muito mais simples,
uma vida pode ser muito mais pura,
um beijo pode ser muito mais sincero.


Céus, sei que não sou sábio, porém, fiz de tudo para conservar minha mente aberta e simples.

sábado, 25 de setembro de 2010

realização




Não quero ser reconhecido após minha morte. 
Não quero esperar não poder lutar para que minha glória tenha espaço em mentes amantes. 

Hoje é tão fácil ser reconhecido, não existe mais Artur, Lancelot, espadas de Excalibur, ou coisas fúteis que se tornem história. E eu, com tanta história e experiência para compartilhar, estou aqui, presa dentro da atmosfera que nos transforma em seres inferiores. 


O meu objetivo é atingi-los, como fazê-lo? 
Inutilmente. 

Pretendo esquecer do externo, conquistar poucos confidentes para ampliar o conhecimento do mundo que eu crio, se a morte não aceitar, direi-lhe que não a temo e que muito em sua ausência aproveitarei.

No leito de meu epitáfio não quero um choro estridente, 
nem pessoas amargas ou inúteis. 
Quero meus velhos especiais, cujo tempo não deixou morrer o sentimento. 
Velhos estes que de uma vida inteira souberam receber minha psico-loucura e acataram com fervorosa paixão meus dias de cão. 


sábado, 18 de setembro de 2010

I bug


De que me falavas, pequeno inseto?
Das minhas dores profundas?
Das suas mágoas reprimidas?
Ou da sorte que tivemos em nos encontrar?

Somos passageiros, nada vulneráveis, porém,
pagamos um preço justo por sermos individualistas.
Não sei.

Seria isso errôneo?

Só estamos juntos pelo mesmo fato de não prestarmos para coisa alguma,
nossa sorte aparece por pura casualidade.
Ainda não fizemos ninguém feliz,
ainda não.

Será que viemos com outro objetivo?

Não sei, pequeno.
Só quero contar com a tua depressão até o dia em que meu esqueleto tornar-se insuficiente.


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Rock town downloads.

Este blog possibilita o rápido download de muitas bandas legais, álbuns, e discografias. 


Vale a pena! :) 


Rock town downloads

sábado, 11 de setembro de 2010

O que não queremos dizer (...)



(...)


Nossos poros irão falar. 


Pensastes que eu não saberia?
Pensastes que sou como querias.


Não penses o que mal imaginarias. Seja coerente, não tens razão alguma. 
Não me conheces, não me tens, me perdestes, porque sim. 


E o que mal sabes é que eu sim sei, mera diferença. Eu sei. Eu sempre sei. 
Por trás de tudo isso o diz sua alma, seu modo de me tocar, sua indiferença ao me olhar. 


Não fujas, não desvies sua atenção, estou lhe falando. Seja coerente, não tens razão alguma. 
A muito tempo atrás eu aprendi a controlar sentimentos, sei fingir, tu não. 
És de uma quietude perplexa, não quero lhe julgar, és ignorante.


Não conheces o segredo dos olhos, não sabes ouvi-los, não sabes responder-lhes. 
Eu conheci tudo sobre sua essência, conversei com eles, e eles me revelaram a verdade, 
Tu não conheces a razão, tu não sabes de nada. 


Olhe-me e diga, que é que vês? 
Meus olhos não mentem, e os seus também não. 
Porém eles estão contra você, senão, te ajudariam a sobreviver na encruzilhada dos meus.  

sábado, 4 de setembro de 2010

Esqueçais das Flores Amarelas


Ainda me recordo daquele instante de idealização
aquela imaginação precoce sobre tudo o que eu generalizei. 

Confesso que no momento em que te vi, senti calafrios. Fugistes de mim um instante, 
medo, incerteza, mas logo voltastes, para o sucesso de meu sorriso. 

Ainda não sei quem és. Ainda não te conheço. Ainda não. 

Pequenos detalhes, pequenas palavras, pequenos olhos brilhantes. 
O sorriso magnífico, palavras soltas com vontade. 
Líquido doce, e de gosto ruim. 

Sentimento platônico, um rosto demorado, dois rostos juntos mais demorados. 
Querendo tê-lo vivido novamente, mesmo que contato algum seja possível.

Não esqueçais daquele campo de Flores Amarelas, no fim de seus leitos é que eu descanso. 
Morto por minhas ilusões, solitário e enfraquecido, esperando somente a companhia de um velho conhecido que saiba explicar-me a razão do prazer.

Não esqueçais das Flores, elas o levarão até mim, pequeno selvagem. 



domingo, 29 de agosto de 2010

Bedroom


Na parede. 


São quase que suportáveis.


Parecem  golpes de coisas frustradas, loucas por entrar onde estás.


Te controlam em horários propícios.
Eles têm um nome que logo ninguém se recorda, são fracos, ou vulneráveis.


Mesmo sem vê-los, sabes que eles estão aqui por você,
sabes que estão loucos sentindo o aroma de seu corpo,
esperando ser o único a poder destroçar-te,
como se fosses algum prêmio a ser disputado neste único segundo. 


Te falam coisas, te seduzem, e aos poucos paredes não são mais obstáculos, 
o medo, já não é mais o mesmo. 


Os olhos não sabem se permanecem como estão,
ou, no abismo das sombras, sem rumo. 


A eterna dúvida, a eterna chance de correr. 
O corpo nunca mais sairá de onde está. 


Eles sussurram nomes, gritam palavras, você ouve, mas não crê. 
A escuridão não é pacífica, eles se tornam as sobras que lhe envolvem a cabeça, 
e junto com o seu desespero eles chegam até você, furiosos e agressivos. 


Não existe a permissão, não existe mais o silêncio. 
Tudo está se tornando insuportável agora, eles mexem por tudo, 
destroçam seu pensamento, e só o que sabes fazer é respirar, forte cada vez mais. 


Puxam de seus cabelos, rasgam seus lenços, arranham sua face. 
Cantam como crianças abandonadas, livres de seus deveres e tão maturas. 
Vês somente as sombras, as coisas que se caem, ouves tudo o que não querias, 
cada vez mais de perto. 


De que lhe adianta correr? 


De que lhe adianta gritar?


Eles estão aqui e só vão parar quando seu corpo inteiro destroçar. 


" Pequena menina que permanece acordada,
não deixes que seu pesadelo fuja de sua muralha
ele procria e se desenvolve através de seu medo. 


Criança, não corra. Já não é tempo de ser criança. 
Enterre-se no seu próprio erro, suba e entregue-se, 
diga-lhes que jaz uma sonhadora, e que morre por sua imaginação." 


E como famintos lobos te agarram 
nada de ti sobra, mais que a coragem, 
és divina, pequena. És magnífica. 
Porém, ainda és uma menina. 

sábado, 28 de agosto de 2010

Cativa-me



Como és cálida e sábia,
te vejo sobre os mais altos montes 
inatingíveis, quase perfeitos. 


Não há coisa ou lugar que a descreva,
és como uma criatura de meus sonhos 
vinda de dentro das mais belas flores. 


Tu sabes bem o que és, 
pedaço de preciosidade pálida
mórbida e atingível. 


Cores de sua fonte de fios rara, 
curiosidade de seus delicados membros, 
és como o sonho que sempre quis ter.


Sonhei que poderias ser minha, 
mesmo que, no seu pedestal eu nunca ousei encostar, 
te admiro como um colecionador. 


Te quero de longe, 
e de perto, tudo o que tenhas a me dar
força carnal, boca fraca. 


As vezes já não te quero mais. 


As vezes me dás asco. 


As vezes eu me farto com sua essência. 


Porém, ninguém descreverá essa minha criatura como eu o farei. 
Não encontro ainda o que me faça pensar que esteja aos seus pés, 
sem dúvida és tu. 


Um amor odiado, 
"vou na minha inimiga imaginando", 
és aquilo que me tira do eixo. 


És também aquilo que eu mais detesto
E quero sua santidade
assim como já não te quero mais.  

sábado, 14 de agosto de 2010

Haja vista o fascínio





Mil coisas já coloquei escritas aqui e mesmo assim nada vira algo que supra além de meu ego, também o meu orgulho. 
São coisas superficiais, sorrisos involuntários, 
não quero, não quero, mas eu vou. 
Custa se render a tais momentos, tudo conspira. Tudo serve, tudo procria. 


O toque, o sentir, o ato, a iniciativa. 


Os braços já acostumados com aqueles outros vizinhos, nunca se satisfazem, mesmo completamente supridos. 


Não me autorizo tal rendição! Os momentos são fúteis, são apenas momentos e circunstâncias que proliferam  aquilo tudo que me trazes de bom. Logo, me rendo. 


Logo só consigo te ver, e se realmente eu te vir, é um pecado ceder, já que sei que não faço mais que te ver. 


Oras, sei que não preciso disso para meu bom funcionamento interdisciplinar, sei que é de controle que eu preciso. 
Sei que não basta um toque, 
um beijo, 
sei que não. 


Eu sei também que és algo que me fascina. 


Algo que eu realmente não tenho pra mim, e isso é de um valor imenso. 
Responsabilidade tanta que aprecio este cuidado com belos e delicados momentos. 


És mesmo quantidade vasta de belas coisas, 
me fizestes ser um outro comum, como tantos uns que matariam por ter-te. 


O que me fizestes?  

segunda-feira, 5 de julho de 2010

No fundo da consciência


E por aqui eles têm passado, um por um como tolos incetos correm até um breve feixe de luz.

Um por um.
Tolos;
Incetos.

Pensando bem, cada um teve sua fraqueza ou sua sabedoria exposta. Uns nem mereciam a minha presença, assim como outros a tinham por simples negligência.

Eu sempre os analisei, sempre de longe, metida em crua escuridão; os seus passos.

Hora rápidos, hora preocupados, apressados, medonhos.

Vontade de rir me dá quando lembro deles, foram bons. Pra mim.
Me fizeram bem e somente o bem, receberam o meu desprezo e nunca de lá aqueles 'temíveis' cavalheiros voltaram. Pobres armaduras!
Tortas e espalhadas como se fossem brinquedos ou animais inofencívos.

Já tive muitos medos, houveram certos cavalheiros que o domínio, mesmo que pouco, conseguiram sobre mim, correntes inúteis, palavras insanas.

- Peguem-na! Ou cortar-lhes-ei as cabeças seus infelizes!

Mas 'minha época' está oculta. Posso voltar àquele meu lar, posso mesmo, pois estou ainda aí, mesmo que não vista por esses horrendos que o único que me pediam era algo que se chamava relação.

Prefiro arder em mil caldeirões que viver matando por eles.


sábado, 19 de junho de 2010

Bons sonhos

Quero que repenses o ato de dormir.
É algo tão bom e intenso, pense só!

É um momento em que quem fala por você é somente aquele sentimento reprimido,
aquela falha, aquela vergonha ou algum medo.

Previsão.
Isso acontece também, com os mais obscuros e psicóticos.

Mas os sonhos são tudo aquilo que as vezes não entendemos.

Noite passada ocorreu-me este fato.

Segundo minhas lembranças estava eu na grama de minha casa, um grande quintal florido e cheio de recobecos. Aquela noite era calma e se parecia muito a algum fato já antes acontecido, quando começei a ver pequenos pontos de luz coloridos caminhando e sumindo naquela grama.
Eram normais, ou me pareciam normais até que um deles permitiu a minha aproximação.

Era um pequeno inseto familiar, bem insignificante, verde. Bonito.
De algum modo regurgitou um pingente pequeno, feito de uma cor brilhante amarelada e um pedaço de cristal, (parecia um muffin). Era uma criatura doce.

No decorrer desse ato, senti arrepios ao ver um peixe luminoso feito fogo, mastigando algum tipo de bicho. Era cego, escamas detalhadas, duras e muito quentes.
Nadou entre toda aquela imensa grama, alimentando-se de um por um daqueles incetos luminosos, fazendo-os entrar em seu corpo que aparentava ser oco, e de um sofrer inimaginável queimados morreram antes de ser digeridos.

Dentre todos estes detalhes imóvel eu parecia, quando cosegui correr, pra bem longe daquele calor.

E meu sonho se expandiu por muitos ambientes, porém só me recordo bem de um rapaz me entregando um filhote de pato.


Acordei.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Coração de Pietro 2

Em aqueles dias chuvosos Valentim teve a honra de conhecer aquilo que se dera como nome de filho. Era hora de que fosse reconhecido como o grande homem, pai. Sua mulher parecia desmoronar como a chuva, aos prantos maldizia tudo aquilo que era de sua memória. Valentim nunca soube realmente se ter um filho lhe provocaria tanto sofrimento, um homem já velho, pela primeira vez entende dos sacrifícios, mesmo sem entender o mistério dos partos mal sussedidos.
- Vamos Bianca, empurre mais forte! Está quase lá.
Ela somente gritava e arranhava os lençois brancos já cobertos de excremento. Depois de 3 duras horas, conseguiu dar a luz a uma pequena criatura, que para a tristeza de seu pai era mulher.
Charlotte, uma pequenina menina de olhos escuros, não tão pretos como pareciam, e um cabelo castanho acinzentado. Valentim maldizia a sua existência, mas Bianca a cuidava e a amava como nunca o fez com nenhum daqueles outros já falecidos irmãos.
O calor de sua presença enfeitiçava os que a visitavam, as mulheres todas comemoraram seu nascimento. Era uma época de preconceitos, de maldições e pragas familiares, mas mesmo assim veio ao mundo aquilo que Valentim nunca esperara ter visto.

sábado, 13 de março de 2010

Coração de Pietro

Nunca teria coragem de abandoná-lo, ele lhe dizia o mesmo.
Existiam fatores naturais que os mantinham se amando.
Fora num final de outono, quando as folhas secas começam a restaurar-se, onde ela o deixou e lhe disse: 


-Prometo te contar a verdade, mas agora estou indo para amenisar seu sofrimento. 


Nem um ruído se ouvia naquele bosque distante em que se encontravam de vez em quando. O sol parecia saber de que eles ainda precisavam de luz, mesmo que já não seja a sua hora. O triste som das folhas quebrando baixo seus pés que ao longe já partiram, faziam parecer que o ambiente conspirava.
Charlotte o deixara sem razão, pois eram jovens, sabiam da vida que os abrangera, e, com mordidas brutais nos seus lábios escondia as amargas lágrimas que por ele aclamavam.

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*Esta história está baseada em fatos surreais, é ficção, e qualquer semelhança com os personagens a seguir é mera coincidência.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sagitário
Você é otimista e entusiástico, mas tem uma forte tendência a confiar na sorte, uma vez que não possui talento para porra nenhuma. A maioria dos sagitarianos é composta de obesos, viados, bêbados e viciados. Você não vale aquilo que deixa na latrina.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Fast Food Nation



Adaptação do livro homônimo de Eric Schlosser, o filme fala sobre os riscos à saúde da população e ao meio ambiente que a indústria do fast-food provoca. Después de descubrir que la carne utilizada para hacer la hamburguesa, servida en su establecimiento, está contaminada, Don Henderson (Greg Kinnear), un ejecutivo con más comida rápida los EE.UU., hizo un viaje al origen de los alimentos servidos en restaurantes como el suyo y descubre los hechos desagradables. Após descobrir que a carne usada para fazer o hambúrguer, servido em seu estabelecimento, está contaminada, Don Henderson (Greg Kinnear), executivo da maior rede de fast-foods dos EUA, faz uma jornada à origem dos alimentos servidos em restaurantes como o dele e descobre fatos nada agradáveis.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Moon River - Audrey Hepburn

Audrey Hepburn




Nascida Audrey Kathleen Ruston na capital belga, era a única filha de Joseph Anthony Ruston (um banqueiro britânico-irlandês) e Ella van Heemstra (uma baronesa neerlandesa descendente de reis ingleses e franceses). Seu pai anexou o sobrenome Hepburn, e Audrey se tornou Audrey Hepburn-Ruston. Tinha dois meio-irmãos, Alexander e Ian Quarles van Ufford, do primeiro casamento da sua mãe com um nobre neerlandês.
Audrey foi considerada, a príncípio, uma garota "alta, ossuda, de pés excessivamente grandes para se tornar uma estrela". Mas Audrey, mesmo vivendo na época em que as baixinhas, de curvas generosas, pés miúdos e olhos claros imperavam, soube usar os seus "defeitos" como seus dons e conquistar o mundo com seu lindo rosto, sua elegância e seus profundos olhos castanhos. Segundo o estilista Givenchy, que era incumbido de vestí-la, Audrey era um ideal de elegância e uma inspiração para o trabalho dele.
Audrey sempre será lembrada pelos filmes My Fair Lady (1963 - Minha Bela Dama) e Breakfast at Tiffany's (1961 - Bonequinha de luxo no Brasil, Boneca de luxo em Portugal) como "Holly Golightly", uma prostituta de luxo que sonhava em se casar com um milionário, papel totalmente oposto ao com que ela foi premiada com o Oscar de 1954, em que vivia "Ann", uma princesa que fugindo de seus deveres reais, se apaixona por um jornalista interpretado por Gregory Peck, em A princesa e o plebeu (Roman Holiday, 1953).
O ator Gregory Peck, par romântico de Audrey no filme A Princesa e o Plebeu (Roman Holiday, 1953), foi quem a apresentou ao ator Mel Ferrer, que, depois de participar de uma peça com Hepburn, pediu-a em casamento. A atriz contracenou no filme Guerra e Paz (War and Peace, 1956). Os dois fizeram um casal, em que Audrey interpretava uma aristrocrata russa, que se apaixona pelo princípe da Rússia André (Ferrer).
Hepburn casou-se duas vezes, primeiro ao ator americano Mel Ferrer, e logo a um psicólogo italiano Andrea Dotti. Ela teve um filho com cada um – Sean em 1960 por Ferrer, e Luca em 1970 por Dotti. O padrinho de seu filho mais velho é o autor britânico A.J. Cronin, quem residiu perto de Hepburn na Lucerna.
Em 1967 declarou que iria abandonar o cinema, porém voltou a atuar 9 depois. Ao final de sua vida, nomeada embaixadora da UNICEF, trabalhou incansavelmente como voluntária para causas infantis. Hepburn falava francês, italiano, inglês, holandês e espanhol. Havia dúvidas se ela falava espanhol ou não, mas recém descobertas imagens da UNICEF mostram-na falando a língua fluentemente no México. No filme Bonequinha de Luxo, ela é mostrada tentando aprender português, e reclama do grande número de verbos irregulares. Ela diz: "A very complicated language, four thousand of irregular verbs", depois disso, tenta dizer "Eu acho que você está gostando do açougueiro"
De acordo com seu filho Sean, os filmes favoritos dos quais estrelou foram Uma cruz à beira do abismo (por sua mensagem social) e Cinderela em Paris (por ter se divertido muito nas filmagens deste). No entanto, ela havia declarado numa entrevista à Barbara Walters que A princesa e o plebeu era o filme mais querido dela.
Além de um rosto bonito, Audrey era uma mulher humilde, gentil e charmosa, que preferia cuidar dos outros a seu redor do que de si mesma. É considerada a eterna "bonequinha de luxo". Faleceu aos 63 anos, de câncer de cólon.

FILMOLOGIA:

1948 - Dutch in Seven Lessons (documentário)

1951 - Monte Carlo Baby

1951 - Laughter in Paradise

1951 - One Wild Oat

1951 - O mistério da torre (The Lavender Hill Mob) (1951)

1951 - Young Wives' Tale

1952 - The Secret People

1952 - We Will Go to Monte Carlo (versão francesa de Monte Carlo Baby)

1953 - A princesa e o plebeu

1954 - Sabrina

1956 - Guerra e paz

1957 - Cinderela em Paris

1957 - Amor na Tarde

1959 - A flor que não morreu

1959 - Uma cruz à beira do abismo

1960 - O passado não perdoa

1961 - Breakfast at Tiffany's (Bonequinha de luxo no Brasil, Boneca de luxo em Portugal)

1961 - Infâmia

1963 - Charada

1964 - Quando Paris alucina

1964 - Minha bela dama

1966 - Como roubar um milhão de dólares

1967 - Um caminho para dois

1967 - Um clarão nas trevas

1976 - Robin e Marian

1979 - A herdeira

1981 - Muito sorriso e muita alegria

1989 - Além da eternidade

sábado, 16 de janeiro de 2010

Pensamos demais



O que é o desejo perante aquilo desconhecido?
Não fazendo sentido, mostra que somos vulneráveis á certas coincidências.
Só nos mata a curiosidade de pensar, o que será que acontece?
Liberdade cruel, tão falsa.
Estamos submetidos aos nossos temores.

A conhecer aquilo que nos pertence, ou algum dia virá.

Pensamos que você virá,
pensamos em ir.

Pensamos demais.


Acredito em tudo aquilo que se parece,
tudo aquilo que se atrai.