Triste saber que na ausência da luz a escuridão prevalece.
Tão triste quanto acreditar que não há dualidade,
mas é mentira.
Ela sempre disse muito "não".
Ela sempre se fez de muita negatividade,
ou era o que ela queria.
Tão triste e anormal que dava pena,
porém, isso só ocorria quando ela se via presa dentro do mundo que a fizera.
Diziam por aí que ela visitara criaturas com frequência, e que neles se transformava.
Ela era como parte deles, sempre pertenceu alí.
Mas como?
Como pode ela deixar toda a sua raíz para ir brincar de fantasma onde ela nunca pertenceu?
Não parece justo, mas é fato.
Eu a vi já uma vez, mas a muito tempo.
Logo no início de sua loucura.
Dava realmente, muita pena.
Eles diziam que ela era um tipo de boneca que se movia igual á eles,
mas ela afirmara uma vez, que os alienados somos nós.
Disse que não vemos mais além do que nos é imposto,
Afirmou ter hesitado antes de seguí-los,
foi confiante, disse ter conquistado-os,
cativado-os, assim como eles a cativaram e cuidaram.
Me contou de suas façanhas,
aquilo, confesso, me brilhava nos olhos.
Mesmo que ela parecera uma espécie de animal nunca antes visto,
eu senti ternura ao encará-la.
Tudo aquilo parecia o céu,
ela era simples e perfeita, para mim.
Os loucos eram lindos.
Porém, aquilo não era nada lícito.
Era mesmo um paraíso, um pecado.
Eu lhe disse que não a deixaria continuar assim,
Me sentí ofendido quando me disse que eu teria que ir também.
Disse-me muitas proezas, e tentou me seduzir.
Eu juro,
não foi minha intenção,
não foi por querer,
só fiz o que havia de ser feito.
E ninguém nunca mais reclamou da criatura, nunca mais.
Alimento-me de desabafos...
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