sábado, 9 de outubro de 2010

Ana


Por instinto tenho passado meu tempo sem outra preocupação a não ser me fartar de alguém. 
Meu organismo já preparado para tais situações não se importa se é o meu cérebro que não se internou totalmente em essa ideia. 

Instinto;
Carnal; 
Saturação;
Pacificidade.

Não fui criado para suportar, 
nunca consegui fazer com que me prendam facilmente, 
mesmo que eu queira no momento pré-carnal. 

O que eu tenho feito não desejaria. 
Utilizar esses seres, nunca me disseram que era lícito. 

E por não sugar-lhes o que me era adequado, ou por mera pena, 
venho hoje eu contar-lhes minhas mágoas. 

"Olhe bem para quem te fala, 
e não o cales sem ouvir que te diz. 

No decorrer de meus dotes, 
vi uma criatura mística, 
tão estranha e cálida que não me lembro onde estive.
Tinha um alto radiar de vibrações insanas, tímidas e sábias. 

Nela eu vi mais uma vítima de meus truques, 
tão fácil de iludir. 
Como tantas que já marquei. 

Não sinto orgulho. 
Fato. 

Mas ela era linda. 

Conquistou-me, incluso, 
coisa que nunca ocorrera. 

Chega!

Não penso me render, mas desta vez o que eu menos queria para meu ego e orgulho era ter que ceder. 
E foi o que me fizestes fazer, mizerável. 
Sofro ao ver que meus dotes me levaram ao meu veneno, e podre no túmulo hoje eu pago por ela. 

Ana, Ana, não se sinta culpada. Eras tu a que vingaria esse temor de teus ancestrais. 

Grandiosa eres, e corres por viver, mesmo que de mim você jamais irá se esconder."



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